- OpenAI levanta US$ 6,6 bilhões e vale agora US$ 157 bilhões
- Eclipse solar anular é visto na Ilha de Páscoa e avança sobre a Patagônia
- Grupo LVMH será patrocinador da Fórmula 1 a partir de 2025
- OpenAI levanta US$ 6,6 bilhões e agora vale US$ 157 bilhões
- Presidente do México oferece 'desculpa pública' por massacre estudantil de 1968
- Marcha universitária desafia ajuste de Milei na Argentina
- Governo da Colômbia concede subsídio a jovens expostos à violência
- Papa abre novo ciclo de debates sobre o futuro da Igreja Católica
- Patagônia chilena e argentina verão 'anel de luz' devido ao eclipse solar
- TotalEnergies anuncia investimentos de US$ 10,5 bi no Suriname
- X afirma que vai pagar multas e Moraes ordena desbloqueio financeiro
- Natal na Venezuela? Uma 'chacota miserável', reclamam aposentados
- Chanel revisita clássicos e Louis Vuitton lança orgia de cores em Paris
- Greve em portos dos EUA se inicia com consequências para o comércio
- Incêndio em ônibus escolar deixa pelo menos 23 mortos na Tailândia
- Astrônomos descobrem pequeno exoplaneta orbitando estrela próxima ao Sistema Solar
- Chanel volta a desfilar no Grand Palais, antes de anunciar novo diretor artístico
- Ciência argentina 'está à beira do colapso' devido aos cortes de financiamento de Milei
- Indignação no Nepal por atraso nos socorros após inundações que deixaram 255 mortos
- Inflação na zona do euro fica abaixo de 2% pela primeira vez desde 2021
- Incêndio em ônibus escolar deixa vários mortos na Tailândia
- Trabalhadores dos principais portos dos Estados Unidos iniciam greve
- Google vai investir US$ 1 bilhão em infraestrutura digital na Tailândia
- Maduro pede que 200.000 professores voltem às salas de aula em meio a escassez na Venezuela
- Furacão Helene e seus mais de 100 mortos viram tema da campanha eleitoral nos EUA
- Presidente do Banco Central Europeu crê que inflação voltará a 2% na zona do euro
- Medidas para estimular o setor imobiliário impulsionam mercados de ações na China
- Missão da SpaceX para resgatar astronautas presos na Estação Internacional chega à ISS
- Kris Kristofferson, ator e estrela da música country, morre aos 88 anos
- Ator Damian Lewis incorpora um pastor para perpetuar uma tradição medieval britânica
- Claudia Sheinbaum assume a presidência de um México que enfrenta grandes desafios
- Inundações no Nepal deixam mais de 140 mortos
- Missão da SpaceX foi ao resgate de astronautas presos na ISS
- Naufrágio nas Ilhas Canárias mata nove migrantes e deixa 48 desaparecidos
- Kamala promete reforma migratória, em primeira visita eleitoral à fronteira
- Moody's reduz nota de crédito de Israel por aumento de 'riscos geopolíticos'
- Kamala vai à fronteira com o México para somar pontos sobre migração
- O que os universitários argentinos pedem ao governo Milei?
- Morre aos 89 anos a atriz britânica Maggie Smith, famosa por 'Harry Potter' e 'Downton Abbey'
- Inflação volta a desacelerar em agosto nos EUA, às vésperas das presidenciais
- Cruzeiro de luxo bloqueado em Belfast há meses finalmente vai iniciar sua volta ao mundo
- Loewe convida mulheres a voar em vestidos flutuantes, Miyake as embrulha em papel
- O consentimento no centro do julgamento por estupros na França
- Uefa sanciona Barça por cartaz com referência a saudação nazista
- Morre aos 89 anos a atriz britânica Maggie Smith, vencedora de dois Oscar
- Escassez de água esgota a paciência dos cubanos em meio à crise
- Sobe para 60 o número de acusações de agressão sexual contra o falecido magnata Al Fayed
- Futebol brasileiro apresenta a primeira Taça dos Povos Indígenas
- Pobreza dispara e atinge metade da população da Argentina
- Helene se torna 'perigoso furacão' de categoria 3 ao se aproximar da Flórida
Fazendeiro gaúcho relembra sua luta frustrada contra a força das águas
Eram 6h quando o fazendeiro gaúcho Vernei Kunz voltou a ouvir o barulho ensurdecedor da força das águas. Mas desta vez, o estrago foi definitivo: as águas do rio Forqueta, que transbordou com as chuvas inéditas que assolam o Rio Grande do Sul, arrastou a maior parte de sua criação de 5 mil porcos.
"A gente tinha matrizes suínas e leitões. Eles ficavam nos galpões", estruturas robustas de cimento e ferro, explica este homem de 60 anos, relembrando o ocorrido naquele fatídico 2 de maio.
"Abrimos portinhas para eles saírem nadando. Uma parte, conseguimos tirar da água e colocar na rua, onde estavam seguros", relata. "Os outros se afogaram", lamenta Kunz, apontando para as montanhas de escombros a que ficaram reduzidos os galpões.
O mau cheiro indica que alguns de seus porcos ainda estejam soterrados sob a lama.
Junto com os animais, também foi embora o fruto de 42 anos de trabalho dedicados à produção de leitões em Travesseiro, pequena cidade agrícola no Vale do Taquari, devastada pelas cheias históricas no Rio Grande do Sul.
- O aviso -
O rio Forqueta, a cerca de 500 metros da propriedade de Kunz, tinha dado um primeiro aviso em 30 de abril, quando alagou os campos de milho em suas margens e alcançou o piso dos galpões.
O nível da água lamacenta chegou inclusive a baixar por algumas horas, mas por fim o volume e a força foram tamanhas que o rio ficou fora de controle. Ao sair de seu leito, arrasou as terras deste fazendeiro e avançou até chegar à ponte que ligava Travesseiro às principais cidades da região.
A infraestrutura, de quase 20 metros de altura, veio abaixo. Apenas os dois extremos ficaram suspensos.
Nesse mesmo dia, Kunz demitiu seus 12 funcionários, aos quais indenizou, explica. Os 700 porcos que conseguiu salvar foram recuperados pelo frigorífico para o qual trabalhava para serem distribuídos por outras fazendas.
Este descendentes de colonos alemães, como muitos no Vale do Taquari, calcula seu prejuízo entre 10 e 15 milhões de reais.
O Rio Grande do Sul é um dos maiores produtores e exportadores de carne suína do país. A Associação de Criadores de Suínos do estado (Acsurs) informou que a devastação afetou entre 25% e 28% de sua produção.
As perdas para todo o setor agrícola, motor da economia regional, chegaram a 2,2 bilhões de reais, segundo estimativas recentes da Confederação Nacional dos Municípios.
- 'Queimar tudo' -
"Em 2010 já tive uma enchente, mas não tão grande como essa aqui, aí eu reconstruí. Agora foi maior e destruiu tudo", conta Kunz.
Segundo especialistas, a intensidade das últimas enchentes no Rio Grande do Sul, que deixaram mais de 160 mortos e cerca de 70 desaparecidos, está vinculada às mudanças climáticas.
"A gente não pode ir contra a natureza", diz Kunz, resignado, ainda calçando galochas e usando um boné azul para se proteger do sol que voltou a sair.
Em sua propriedade de milhares de metros quadrados, se amontoam ferros retorcidos, chapas de alumínio, pedaços de muro e troncos de árvores como se um furacão tivesse passado por ali.
"Eu vou fazer um fogo, queimar tudo, que outra coisa posso fazer para limpar isso aqui?", questiona-se.
Seu filho, Eduardo, de 34 anos, conta que tinha uma fazenda de reprodução genética. "Tudo estava automatizado. Tinha máquinas muito caras. Isso é o mais difícil de conseguir de novo", lamenta.
Ao lado dos pais, da esposa e do filho de dois anos, Eduardo agora mora em uma casa no alto da rua, aonde a água não chegou.
- Soja e milho no lugar da suinocultura -
A família Kunz não quer nem pensar em deixar Travesseiro, uma cidade aprazível de 2 mil habitantes, onde a maioria da população vive do cultivo de forragem para alimentar o gado.
Segundo o prefeito do município, Gilmar Southier (MDB), 80% dos moradores foram afetados pela enchente.
A prioridade, explica, é "reconstruir a ponte", por onde passa a mercadoria para abastecer Travesseiro e também para comercializar o que se produz ali.
Kunz já tem clareza do que vai fazer: mudar de ramo. Onde ficavam os galpões, ele vai abrir campos para cultivar milho e soja. "Se eu perder tudo de novo, com a lavoura vai ser mais fácil refazer", afirma.
Ele prevê a primeira safra para agosto de 2026. Enquanto isso, precisará buscar linhas de crédito para seguir em frente.
D.Avraham--CPN