- Homo erectus sabia se adaptar às condições desérticas, revela estudo
- Ex-lateral português Fabio Coentrão é suspeito de envolvimento em comércio ilegal de frutos do mar
- Washington reforça segurança para posse de Trump
- Blue Origin de Jeff Bezos coloca foguete New Glenn em órbita pela primeira vez
- Rússia considera 'infundada' acusação polonesa sobre 'atos terroristas'
- AFP conclui acordo com empresa de IA Mistral para uso de suas notícias
- Blue Origen de Jeff Bezos coloca foguete New Glenn em órbita pela primeira vez
- Mistral, a joia francesa da IA generativa que quer desafiar os gigantes americanos
- AFP conclui acordo com empresa de IA Mistral para uso de suas matérias
- Megafoguete da SpaceX, pronto para o sétimo voo de teste
- JPMorgan Chase e grandes bancos dos EUA registram resultados sólidos em 2024
- Humanidade abriu 'os males de uma caixa de Pandora moderna', afirma Guterres
- 'Ainda Estou Aqui' concorre a Melhor Filme de Língua Não Inglesa no Bafta
- Inflação sobe para 2,9% nos 12 meses até dezembro nos EUA
- Sobe para 78 o balanço de mortos em mina da África do Sul
- Voluntários tiram escombros do bairro nobre de Palisades após incêndios em Los Angeles
- Inflação sobe para 2,9% nos 12 meses até dezembro nos EUA, alinhada com as expectativas
- Recorde de 94 milhões de turistas estrangeiros visitaram a Espanha em 2024
- Alemanha em recessão pelo segundo ano consecutivo
- Cansada dos aplicativos de namoro, geração Z volta aos encontros presenciais
- Módulos de alunissagem de EUA e Japão serão lançados do mesmo foguete
- Argentina teve inflação de 117,8% em 2024, 94 pontos a menos que em 2023
- Meta garante a governo brasileiro que fact-checking será encerrado apenas nos EUA
- Número de mortos sobe para 36 e mais de 20 mineradores são resgatados em mina clandestina na África do Sul
- Amazon investirá 'mais de US$ 5 bilhões' em centro de dados no México
- Norueguesa de 21 anos é a mais jovem a chegar sozinha ao Polo Sul
- Exportações de América Latina e Caribe cresceram 4,1% em 2024 (BID)
- Governo francês renegocia impopular reforma da Previdência em busca de estabilidade
- UE registrou em 2024 o menor número de entradas irregulares desde 2021
- Número de mortos sobe para 15 e mais de 20 mineradores são resgatados em mina clandestina na África do Sul
- Mulher francesa sofre golpe de falso Brad Pitt
- Otan mobilizará navios, aviões e drones no Báltico após supostas sabotagens de cabos submarinos
- Número de mortos sobe para nove e mais de 20 mineradores são resgatados em mina clandestina na África do Sul
- Retorno de Trump à Casa Branca ameaça fazer ressurgir as guerras comerciais
- Imigração, tarifas e indulto: o programa de governo prometido por Trump
- 'Mump' - a aliança Musk-Trump é posta à prova com volta do republicano à Casa Branca
- Coreia do Norte dispara mísseis balísticos de curto alcance no mar
- Grupo supremacista é condenado a pagar quase US$ 3 milhões por agredir músico negro nos EUA
- EUA anuncia novas restrições às exportações de chips de IA; China reage
- Rei Charles III assistirá a comemorações de 80 anos da libertação do campo de Auschwitz
- Os ventos de Santa Ana, um fenômeno que reacende os incêndios em Los Angeles
- Blue Origin adia o primeiro lançamento de seu foguete gigante New Glenn
- Irã e países europeus discutem programa nuclear antes do retorno de Trump
- Líder histórico da extrema direita francesa é enterrado sob forte esquema de segurança
- Filha de estuprador francês Dominique Pelicot diz que seu pai merece 'morrer na prisão'
- Meta cancela programas de inclusão e diversidade
- Brics tem espírito de 'colaboração', afirma negociador-chefe brasileiro às vésperas da posse de Trump
- EUA anuncia novas sanções contra petróleo e gás russos
- Emprego nos EUA permanece sólido e Fed pode focar na inflação
- Nicolás Maduro, 'um presidente operário' que governa com mão de ferro
Natal na Venezuela? Uma 'chacota miserável', reclamam aposentados
Urimare Capote se pergunta diariamente: "Quem consegue viver com 3,5 dólares?" (R$ 19). O valor equivale à aposentadoria que recebe todo mês, inalterado há dois anos e insuficiente em um país onde a cesta básica supera os 500 dólares, quase R$ 3 mil.
Dezenas de aposentados se concentraram em frente à sede da Organização das Nações Unidas na Venezuela para pedir que intervenha junto ao governo do presidente Nicolás Maduro, que decretou o início da temporada natalina nesta terça-feira (1º).
"O Natal acabou há alguns anos", responde Capote, advogada de 62 anos e representante do Comitê de Defesa de Aposentados e Pensionistas.
"É uma chacota miserável do presidente para conosco", diz à AFP Eduardo Martínez, professor de 71 anos. "Não temos dinheiro nem para comprar leite, e vamos ter para comprar coisas para as festas natalinas?"
A aposentadoria na Venezuela é de 130 bolívares desde 2022. Naquele momento, equivalia a 30 dólares; hoje, são 3,50 dólares (R$ 19) frente a uma cesta básica que está em 539 dólares (R$ 2,93 mil), segundo estimativas privadas.
Maduro insiste que a precariedade dos salários é consequência das sanções dos Estados Unidos contra o país, enquanto analistas a atribuem a anos de medidas econômicas erradas que destruíram a moeda local em meio a uma profunda recessão.
O mandatário de esquerda foi proclamado reeleito em julho para um terceiro mandato consecutivo de seis anos, apesar das denúncias de fraude por parte da oposição e do não reconhecimento por parte dos Estados Unidos, da União Europeia e de vários países da América Latina.
Os protestos contra sua reeleição resultaram em 27 mortos, quase 200 feridos e mais de 2.400 detidos, incluindo menores de idade. Neste contexto, Maduro decretou o início do Natal para 1º de outubro. Na segunda-feira, disse em seu programa semanal que a temporada se estenderá até 15 de janeiro.
"Ao antecipar o Natal, estamos chamando à paz, à fraternidade", celebra Jesús López, um médico de 52 anos, enquanto fotografa suas filhas em uma praça de Caracas.
- "Nada conectada" -
Comércios em Caracas já iniciaram a venda de enfeites, árvores, luzes e presépios... Em alguns, a nova mercadoria se mistura à do Halloween, uma festa que muitos venezuelanos adotaram e que se tornou popular.
Centros comerciais estão iluminados e as praças decoradas, incluindo a pulsante Praça Bolívar.
Um pinheiro artificial custa mais de 100 dólares (R$ 545) e pode chegar a 900 (R$ 4,9 mil). A hallaca, prato estrela das ceias natalinas, também exige um investimento alto, entre carne de boi, frango, porco, azeitonas, alcaparras e outros temperos.
Deilyn Peña tira fotos de seu filho de 5 anos em uma praça no bairro comercial Las Mercedes, decorada com dois ursos gigantes, um com gorro natalino e o outro com um chapéu vermelho. Há um trenzinho ao lado.
"Não estou totalmente de acordo", mas "é preciso ter espírito natalino, principalmente pelas crianças", assegura.
"Não me sinto nada, nada conectada", expressa Valeria Ponce, instrutora de ginástica de 22 anos. "Sinto que é uma forma de nos distrairmos um pouco do que está acontecendo e simplesmente nos dar um motivo para celebrar."
Ela evita, como a maioria dos venezuelanos, referir-se diretamente à situação política do país, em meio a um pânico generalizado de acabar preso por dizer algo que possa incomodar o governo.
- "Extermínio" -
Os aposentados presentes ao protesto falam de "extermínio" e "genocídio" com a renda que recebem. Eles reclamam sobre o destino da arrecadação de um tributo especial para melhorar as aposentadorias que foi aprovado em maio pelo Parlamento.
"Onde estão esses recursos? Quem os auditou?", questiona Capote.
"Os idosos estão vivendo um dos piores momentos da história (...). Estão abandonados não só pelo Estado, mas também por suas famílias que tiveram que sair da Venezuela", prossegue, referindo-se aos quase 8 milhões de venezuelanos que, segundo a ONU, migraram em meio à brutal crise econômica.
Neste cenário, falar de Natal é difícil. "No Natal, a família está unida, e a família venezuelana está totalmente desfeita, espalhada pelo mundo", lamenta Capote.
"Enquanto não houver salário digno, não pode haver um Natal digno", insiste Arturo Morgado, de 68 anos e aposentado da empresa de telefonia CANTV. "No ano passado não celebrei, e hoje está tudo pior."
T.Morelli--CPN