- Sonda da Nasa atinge a maior aproximação do Sol até o momento
- Violência na sociedade sul-coreana, uma fonte de inspiração para 'Round 6'
- Presidentes do Panamá advertem Trump que 'o canal não é negociável'
- Ortega apresenta projeto de lei para controlar bancos na Nicarágua
- Fundador do Telegram anuncia lucro líquido pela primeira vez em 2024
- Fifa modifica regra de transferências após 'caso Diarra'
- Congresso de El Salvador aprova volta da mineração de metais, promovida pelo presidente
- Suspeito de matar CEO em NY se declara inocente de assassinato como ato 'terrorista'
- Oxfam: apenas 12 caminhões entregaram alimentos e água no norte de Gaza desde outubro
- Honda e Nissan anunciam início de negociações para fusão
- Trump promete 'deter a loucura transgênero' em seu primeiro dia de governo
- Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal
- Musk, presidente dos EUA? 'Não pode ser', garante Trump
- Primeiro-ministro da Eslováquia faz visita surpresa a Putin
- Albânia suspenderá acesso ao TikTok por pelo menos um ano
- Cientistas constatam 'tempo negativo' em experimentos quânticos
- Tesouros saqueados por holandeses retornam à sua terra natal na Indonésia
- O segredo dos jeans artesanais japoneses que duram décadas
- Milhares de pessoas celebram o solstício de inverno em Stonehenge
- Wall Street fecha em alta após dados de inflação nos EUA
- Volkswagen planeja cortar mais de 35.000 postos de trabalho na Alemanha até 2030
- Trudeau troca gabinete do Canadá em meio a ameaças tarifárias de Trump
- Bar mineiro fica famoso por causa de Bruno Mars
- Trump ameaça com tarifas alfandegárias se UE não comprar mais gás e petróleo dos EUA
- Inflação volta a subir em novembro nos EUA, a 2,4% em 12 meses
- Presentes de segunda mão fazem parte da temporada de Natal britânica
- EUA ameaçado de paralisação orçamentária às vésperas do Natal
- Criança morre em ataque com faca em escola na Croácia
- Argentinos no labirinto de um dólar 'baixo' e pouca demanda
- Malásia retomará buscas do voo MH370 desaparecido há 10 anos
- Funcionários do Starbucks entram em greve nos Estados Unidos
- Congresso dos EUA rejeita projeto dos republicanos para evitar 'shutdown'
- Deportações nos EUA alcançam número mais alto em uma década
- Novo premiê francês espera formar um governo 'neste fim de semana'
- FMI começa a negociar novo programa de crédito com a Argentina
- Mathias Pogba é condenado a um ano de prisão em caso de extorsão contra seu irmão, Paul Pogba
- Decepção, raiva e lágrimas após o veredicto no julgamento de estupro na França
- Fed volta a reduzir juros, mas mostra prudência para o futuro
- Cepal melhora projeção de crescimento regional em 2024, de 1,8% para 2,2%
- Lua pode ser mais antiga do que se pensava, dizem astrônomos
- Artista húngaro impressiona com suas megaconstruções de Lego
- Demanda mundial de carvão registra recorde histórico em 2024
- Empresa japonesa falha novamente em tentativa de lançamento de foguete
- Dólar quebra novo recorde e bate R$ 6,20
- Apartamentos turísticos de Barcelona pedem € 4,2 bi por plano para eliminá-los
- Pharrell Williams nomeado embaixador da boa vontade da Unesco
- Jogos de Paris e calendário sobrecarregado, os protagonistas do esporte em 2024
- Buraco negro supermaciço da Via Láctea talvez não seja tão destrutivo quanto se pensava
- Equador realiza conversão de dívida para destinar quase R$ 3 bi à Amazônia
- Naufrágio de 2 petroleiros deixa mancha de óleo de 30km na Rússia
Argentinos no labirinto de um dólar 'baixo' e pouca demanda
"Dólar, câmbio, dólar", diz um cambista que recebe pouca atenção dos pedestres em Buenos Aires. A histórica febre pelas notas verdes esfriou na economia argentina.
Os controles de câmbio, um recurso muito comum dos governos argentinos, impulsionaram um mercado paralelo do dólar e a multiplicação dos chamados 'arbolitos', cambistas de rua, com oferecem o dólar 'blue', mais um entre os vários câmbios oficiais.
Porém, há algum tempo, as cotações desaceleraram, contribuindo para as metas do governo, que conseguiu reduzir a inflação de 200% para 166% em termos anuais em novembro.
O poder de compra dos argentinos ruiu, assim como sua capacidade de poupar, especialmente na classe média, cada vez mais reduzida enquanto a pobreza atinge 52,9% da população. Isto significa menos compras de dólares no varejo.
Por outro lado, o esquema de "lavagem" lançado em julho pelo governo ultraliberal de Javier Milei - uma anistia fiscal para repatriar divisas não declaradas - trouxe mais de 20 bilhões de dólares (123 bilhões de reais) e acalmou as águas no mercado cambial.
Assim, o dólar, tradicional refúgio das poupanças argentinas frente à inflação, está "parado". Agora, a taxa informal tende a convergir para a taxa oficial (1.051 pesos ou 6,34 reais por dólar), que duplicou em 2022.
No mercado 'blue' ou informal, o que prevalece é a oferta, diz Oscar, um "arbolito" que prefere não revelar o sobrenome, mas que trabalha sem se esconder, como muitos outros, nas imediações da histórica Plaza de Mayo, em frente à sede do governo.
"Há um ano, fazia cerca de 40 transações em seis horas, agora gasto cerca de dez horas para fazer, no máximo, quatro. Só compram bolivianos e peruanos em pequenas quantidades" para remessas de dinheiro, disse à AFP.
Por outro lado, há vendas. "Quase todos que vendem são argentinos, pessoas muito idosas que recorrem a poupanças para pagar as contas (...) Mas eles andam por todo o centro à procura de um preço melhor, há muita concorrência", diz este homem que está no negócio há quase três décadas.
Fabiana, proprietária de uma imobiliária com uma casa de câmbio clandestina nos fundos, lançou um serviço de "delivery" para clientes de confiança.
"Há quem compre para as férias no exterior, nesta época do ano é o que movimenta as coisas", diz Fabiana, que também não quis revelar o sobrenome.
O ministro da Economia, Luis Caputo, lembrou na terça-feira que o dólar 'blue' caiu 30% este ano.
"O fato de ter uma recuperação de 3% não é relevante", disse, para minimizar a discreta recuperação da cotação informal esta semana.
A paz cambial permitiu ao Banco Central recompor reservas acima de 32 bilhões de dólares (197 bilhões de reais), informou a entidade esta semana, em comparação com os 21 bilhões (129 bilhões de reais) registrados quando Milei tomou posse há um ano.
- Transitório? -
Há dúvidas se a calma seja um sinal de estabilidade, já que o efeito da lavagem tende a se diluir e o governo acaba de iniciar negociações para um novo programa com o Fundo Monetário Internacional, seu credor de uma dívida de 44 bilhões de dólares (272 bilhões de reais).
"Na minha opinião, a questão da taxa de câmbio não foi fundamentalmente resolvida", disse à AFP o economista Hernán Letcher, diretor do Centro de Economia Política Argentina (CEPA).
"O governo se propôs a conter a taxa de câmbio com uma série de políticas: a primeira foi a 'lavagem', que permitiu a entrada de mais de 20 bilhões de dólares (123 bilhões de reais) que aliviaram a pressão sobre o dólar", destacou.
"O próximo objetivo é a entrada dos dólares do FMI e que o processo se repita para chegarmos tranquilos às eleições legislativas de outubro", disse.
Por outro lado, a valorização do peso ocorre enquanto o Brasil, seu principal parceiro comercial, enfrenta uma forte desvalorização do real. Isto afeta a competitividade das exportações.
"O que já estamos vendo e deve se intensificar é uma heterogeneidade entre vencedores e perdedores, com os setores da intermediação financeira e da energia ganhando e a construção, a indústria e o comércio perdendo", disse Letcher, lembrando que estes três últimos setores representam 45% da força de trabalho.
U.Ndiaye--CPN