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Oxfam: apenas 12 caminhões entregaram alimentos e água no norte de Gaza desde outubro
Apenas 12 caminhões conseguiram distribuir alimentos e água no norte de Gaza em dois meses e meio, denunciou a organização Oxfam, ao alertar sobre o agravamento da situação humanitária no território palestino cercado, em um relatório que Israel chamou de equivocado.
"Dos escassos 34 caminhões de alimentos e água autorizados a entrar na parte norte de Gaza nos últimos dois meses e meio, os atrasos deliberados e as obstruções sistemáticas da parte do exército israelense fizeram com que apenas 12 conseguissem distribuir ajuda aos civis palestinos que enfrentam a fome", afirmou Oxfam em um comunicado no qual faz um balanço das entregas até sábado, 21 de dezembro.
"Em três ocasiões, após a entrega dos alimentos e da água na escola onde as pessoas estavam refugiadas, o local foi desalojado e bombardeado em questão de horas", acrescentou a Oxfam.
As autoridades israelenses rejeitaram o relatório, alegando que "ignora de maneira deliberada e inexata os amplos esforços" para fornecer assistência humanitária.
"Desde outubro, mais de 2.100 caminhões de ajuda entraram no norte da Faixa de Gaza", afirmou à AFP o COGAT, órgão do Ministério da Defesa de Israel que coordena as questões que envolvem os civis palestinos. O organismo destacou que a ajuda distribuída "incluiu comida, água e remédios".
Israel, que desde o início da guerra controla de maneira rigorosa a entrada de ajuda humanitária no território governado pelo grupo islamista palestino Hamas, culpa com frequência o que descreve como a incapacidade das organizações de ajuda humanitária para administrar e distribuir grandes quantidades de auxílio.
A Oxfam observou que, tanto em seu caso como no de outros grupos internacionais, organizações foram "continuamente impedidas de entregar ajuda crucial" no norte de Gaza desde 6 de outubro deste ano, quando Israel intensificou os bombardeios contra o território.
"Calculamos que milhares de pessoas continuam isoladas, mas com o acesso humanitário bloqueado é impossível saber os números exatos", disse a organização com sede em Nova York.
"No início de dezembro, as organizações humanitárias que operam em Gaza receberam ligações de pessoas vulneráveis presas em casas e abrigos que haviam ficado completamente sem comida ou água", destacou a Oxfam.
A guerra de Gaza foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento islamista Hamas no sul de Israel em 7 de outubro de 2023.
No ataque, os combatentes islamistas mataram 1.208 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses que incluem as mortes de alguns reféns capturados pelo Hamas.
Os combatentes também sequestraram 251 pessoas, 96 das quais permanecem em Gaza. Deste grupo, 34 teriam morrido, segundo o exército israelense.
A ofensiva de represália israelense matou mais de 45.000 pessoas em Gaza, a maioria civis, segundo os dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.
X.Cheung--CPN